O abandono de animais de estimação em Portugal deixou de ser uma prática exclusiva dos meses que antecedem as férias de Verão e passou a acontecer todos os dias do ano.
Cada vez mais se observam diversos casos de abandono por todo o o lado e, pelos vistos, "qualquer pretexto serve" para abandonar um animal de estimação quando se torna incómodo ou um entrave.
"Vou trabalhar para o estrangeiro" ou "vou mudar para uma casa onde o senhorio não permite animais" são apenas "algumas das muitas desculpas" que diariamente se ouve quando os, até então melhores amigos do homem, se tornam um obstáculo para os donos.
Há dois ou três anos verificava-se um aumento significativo de cães abandonados antes do Verão. Mas essa tendência já não se nota. Infelizmente, o abandono passou a acontecer todos os dias do ano. É uma situação dramática que já vinha a aumentar e que agora foi agravada pela crise económica, mas, no entanto, continuam a notar-se picos de abandono entre Junho e Agosto.
A verdade é que há uma grande falta de responsabilidade. As pessoas não percebem o que significa ter um cão e as despesas quase nunca são tomadas em conta
Quando os donos são confrontados com grandes despesas veterinárias - que não têm nenhum tipo de comparticipação nem podem ser descontadas no IRS - os cães são simplesmente abandonados porque não há como os tratar.
As estimativas apontam para que, em cada ano, sejam abandonados dez mil cães em todo o país
Não existe qualquer estudo que permita falar de números próximos da realidade. Mas, se admitirmos, que, em média, 500 animais são abandonados em cada um dos 308 concelhos por ano, já estamos a falar de 150 mil.
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